QUESTÃO
Questão: Acontece-me ainda ficar desestabilizada depois de ter sido espontânea ou na simplicidade, constatando que a pessoa não me compreendeu, ou compreendeu exatamente o inverso daquilo que eu pensava ter exprimido. Eu perco então todos os meus meios, sou cada vez menos clara nas minhas explicações, tomada pelo medo de passar por incredível. Eu continuo apesar de tudo a me deixar ir na espontaneidade e na simplicidade e, depois de algum tempo, a não me justificar no momento mas depois. Como encontrar o que há de errado na minha forma de ser espontânea?
Quem tem necessidade de ser justificado no exterior de si?
Quem quer ser compreendido tal como se exprimiu?
Tu és responsável pelo que tu exprimes, mas tu não és de forma nenhuma responsável pelo que é compreendido.
Enquanto tu associas uma importância ao que é compreendido, tu estás numa projeção e, portanto, dentro de uma necessidade de aprovação ou uma necessidade de recompensa.
O que é que em tu precisa de recompensa, de aprovação e de reconhecimento?
O que é que em ti está ferido pela ausência de reconhecimento, senão o ego?
O ego que tem necessidade de ser reconhecido como válido.
Mas será que um ego pode validar um outro ego, quer o tenha compreendido ou não?
Enquanto tu te mirares no olhar do outro, através de uma compreensão (o outro não é senão um ego como tu), nenhum ego te pode tranquilizar, ao teu como ao de um outro.
Esta equação não pode ser resolvida porque o ego estará sempre insatisfeito.
Aí também, ele te faz crer que tu podes chegar a uma perfeição.
É impossível.
E mesmo quando houver o sentimento de uma perfeição, esta perfeição não te fará, de forma nenhuma, sair do teu próprio ego.
Isso o reforçaria porque nesse momento ele teria reconhecimento, ele teria recompensa e ele teria afastamento do Absoluto.
Portanto, o como fazer para chegar a isso não é certamente um conselho que eu te poderia dar.
Mas bem, se eu te posso dar um conselho, é: não te agarres mais a isso.
Porque tu te fechas em ti mesma numa relação e esta relação é uma relação de distância.
Há, através do que tu colocas, a necessidade de reconhecimento, mas além disso, a necessidade de ser reconhecida, e ainda, além disso, a necessidade de empatia, que não será jamais a fusão do Absoluto, e ainda menos a União Mística.
Enquanto não tiveres rejeitado (e aí eu falo de rejeitar e não de recusar) este mecanismo de funcionamento, nem o Si, nem o Absoluto, poderão aparecer.
Ti consideras a perfeição no seio do conhecido.
Nenhum conhecido pode ser perfeito porque ele é efêmero.
E a perfeição não pode pertencer, de forma nenhuma, a um efêmero.
Ele pode dar um sentimento, o sentimento de qualquer coisa que foi perfeitamente realizada, como numa relação, como o fato de ser compreendido naquilo que foi exprimido.
Eu te repito: Tu és responsável pelo que tu exprimes, mas tu não és responsável pelo que foi compreendido.
Assim, tu crias, tu mesma, as próprias circunstâncias da tua própria ferida e em vez de fechar a ferida, tu a reabres a cada vez.
Eu garanto que o Absoluto não tem que fazer este jogo.
Mas enquanto tu jogas isso, através dessa necessidade de reconhecimento, dessa necessidade de ser reconhecida, tu te colocas incessantemente sob a esfera do ego, porque o Absoluto não tem necessidade de ser reconhecido.
Cabe a ti saber qual o jogo e qual a parte que tu queres jogar.
Mas tu não podes pretender estar nas duas partes.
Não pode existir nenhum Absoluto numa relação verbal, numa relação afetiva.
Pelo contrário, o que é Absoluto pode considerar estabelecer uma relação Absoluta, mas que não será mais uma comunicação, nem um afetivo.
Mas entre estas duas consciências se estabelecerá então, aí também, uma transcendência que se estabelece de coração a coração, de cabeça a cabeça, de bacia a bacia, de perna a perna, de corpo a corpo, até ao ponto em que o outro se torna si.
Isso não é mais uma relação, não é mais uma comunicação, isto é uma União Mística que não concorda com nenhum julgamento, com nenhuma necessidade de reconhecimento, ou de ser reconhecido e, sobretudo, com nenhuma necessidade de justificação.
É, portanto, urgente apreender que não há nada a provar no exterior de si.
Que toda a busca de provas ou de aquiescência não é (como já te disse) senão o reflexo dos teus próprios medos de seres tu mesma, independentemente do olhar do outro, independentemente da compreensão do outro.
Existe, portanto, uma forma de dependência do outro.
Porque tu esperas encontrar-te no olhar do outro, ou no consentimento do outro, o que é estritamente impossível e te afasta de ti mesma.
Não há, portanto, nada a querer resolver nesta questão que tu colocas.
Há apenas a ver claramente no que tu questionas, e, portanto, o que há a guardar, o ser Livre e considerar a Liberdade.
Nós não temos mais questões. Nós vos agradecemos.
um espirito na luz
materia completa em
http://claudiovelasco.ning.com/profiles/blog/show?id=2852652%3ABlogPost%3A681944&xgs=1&xg_source=msg_share_post
Mensagem de BIDI no site francês:
http://www.autresdimensions.com/article.php?produit=1408
08 de abril de 2012 – Parte 2
(Publicado em 09 de abril de 2012)
Tradução para o português: Cristina Marques e António Teixeira
http://minhamestria.blogspot.com/
Transcrição e edição: Zulma Peixinho
http://portaldosanjos.ning.com
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