O CONHECIMENTO!...NÃO GARANTE...SABER VIVER!
É estranho a importância que damos à palavra impressa, aos chamados livros sagrados. Os estudiosos, como os leigos, são gramofones; eles seguem repetindo, conquanto muitas vezes as gravações possam ser mudadas. Eles estão interessados no conhecimento, e não em experimentar. O conhecimento é um impedimento para o experimentar. Mas conhecimento é um porto seguro, a salvaguarda de poucos; e como o ignorante fica impressionado pelo conhecimento, quem sabe é respeitado e honrado. O conhecimento é um vício, como a bebida; conhecimento não gera compreensão. Conhecimento pode ser ensinado, mas sabedoria não; tem que haver liberdade do conhecimento para a chegada da sabedoria. Conhecimento não é moeda de troca de sabedoria; mas o homem que entrou no refúgio do conhecimento não se aventura, pois a palavra alimenta seu pensamento e ele fica gratificado com o pensar. Pensar é um impedimento para experimentar; e não há sabedoria sem experimentar. Conhecimento, ideia, crença, ficam no caminho da sabedoria. Uma mente ocupada não está livre, espontânea, e só na espontaneidade pode haver descoberta. Uma mente ocupada está fechada em si mesma; não é abordável, nem vulnerável, e aí está sua segurança. O pensamento, por sua própria estrutura, é isolador, não pode ser tornado vulnerável. O pensamento não pode ser espontâneo, não pode ser livre. Só existe liberdade no findar. Uma mente ocupada cria aquilo em que trabalha. Ela pode manobrar a carroça ou o avião a jato. Podemos pensar que somos estúpidos, e somos estúpidos. Podemos pensar que somos Deus, e somos nossa própria concepção; "Eu sou Isso." "Mas certamente é melhor estar ocupado com as coisas de Deus do que com as coisas do mundo, não é?" O que pensamos, nós somos; mas é a compreensão do processo do pensamento que é importante
Krishnamurti
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