ARCHIDY PICADO FILHO
“Egoístas, ide desfazer-vos da vossa doença”.
Feuerbach
O professor inglês Herbert Read, autor de vários livros sobre teorias da Arte, escreveu em seu livro A Educação pela Arte que a insensibilidade é uma doença; mais especificamente um problema de desequilíbrio endócrino. Não disse, entretanto, se a hipersensibilidade é decorrente do mesmo problema. Também não entrou em detalhes sobre como as glândulas, ou especificamente quais, faz manifestar em nós uma ou outra dessas sensações, mas tal observação talvez seja suficiente para que concluamos as dificuldades de reconhecimento de comportamentos e de aparências capazes de demonstrar o nível ideal de saúde física e mental das pessoas – dada às múltiplas influências genéticas, ambientais, alimentares e outros aspectos culturais que procuram ajustar nossos organismos à sensibilização, compreensão, criação e manutenção dos sentidos essenciais de nossas vidas (saudáveis) sobre este mundo.
O professor inglês Herbert Read, autor de vários livros sobre teorias da Arte, escreveu em seu livro A Educação pela Arte que a insensibilidade é uma doença; mais especificamente um problema de desequilíbrio endócrino. Não disse, entretanto, se a hipersensibilidade é decorrente do mesmo problema. Também não entrou em detalhes sobre como as glândulas, ou especificamente quais, faz manifestar em nós uma ou outra dessas sensações, mas tal observação talvez seja suficiente para que concluamos as dificuldades de reconhecimento de comportamentos e de aparências capazes de demonstrar o nível ideal de saúde física e mental das pessoas – dada às múltiplas influências genéticas, ambientais, alimentares e outros aspectos culturais que procuram ajustar nossos organismos à sensibilização, compreensão, criação e manutenção dos sentidos essenciais de nossas vidas (saudáveis) sobre este mundo.
No âmbito das doenças mentais, muitos foram os psiquiatras (e ainda são) que se disseram (e se dizem) capazes de identificar, classificar e distinguir, “inequivocamente”, um portador de uma mente doente de outro de mente sã – sem esquecerem aqueles acometidos de males mentais não tão graves quanto à esquizofrenia catatônica, por exemplo, encaminhados aos psicólogos a fim de se submeterem as terapias que, dia após dia, ano após ano ou até década após década, poderão lhes ajudar a superar os mal-estares decorrentes daquilo que reconhecem como sensações, sentimentos e comportamentos indesejáveis.
Às vezes causados por pequenas neuroses, tais comportamentos são considerados apenas “simples desajustes”, compreendendo o ser plenamente “ajustado” como aquele que, sem grandes surtos de insensibilidade ou hipersensibilidade, são capazes de conviver normalmente com todas as crueldades e injustiças da sociedade onde vivem; ou seja, sem significativos abalos emocionais e físicos decorrentes de questionamentos sobre suas funções essenciais de estar vivos, enquanto indivíduos e cidadãos; portanto, sem grandes conflitos em suas relações com a sociedade onde vivem e aquela onde gostariam de viver.
Entretanto, me parece evidente ser impossível ao “perfeito ajustado”, exemplo expressivo do que me parece ser “o cidadão ideal ao equilíbrio psíquico-social da comunidade onde vive”, a possibilidade de qualquer leitura crítica-criativa sobre as deficiências de sua cultura, de sua realidade, decorrente de seu (então improvável) desejo de mudá-la.
Freqüentemente, quando acometidos por eventuais depressões, motivadas por alguma doença em um dos entes mais queridos de nossa família, ou por nossas freqüentes dificuldades financeiras, por exemplos, ouvimos de muitos o conselho para atentarmos aos problemas dos outros – estejam eles neste ou em outros lados do mundo – muitos deles significativamente mais graves que os nossos. Dessa forma, nossos familiares ou amigos acreditam que, se prestarmos atenção para a situação de fome das pessoas na Etiópia, para a aniquilação de criancinhas recentemente efetuada por terroristas em algum lugar do mundo, para a condição de muitos belos, ricos e famosos de Hollywood, acometidos por terríveis doenças degenerativas terminais ou, bem mais próximos de nós, para a situação desumana em que vive grande parte de nossos meninos e meninas de rua, necessariamente deveremos rever nossa condição e, a partir daí, nos considerarmos, na verdade, “seres agraciados”, inequivocamente sem razões à submissão exagerada de nossas tristezas.
Mas, por via da regra, depois, quando distantes de nós, nossos amigos e parentes confidenciarão aos outros que estamos mesmo “doentes” ou, no mínimo, momentaneamente “desajustados”; e que, portanto, necessitamos de tratamento.
Tais pessoas, consideradas absolutamente “normais” (porque então completamente ajustadas aos fundamentos de nossa inconclusa civilidade) são, na verdade, exemplo de uma insensibilidade provavelmente desenvolvida, como acredita o professor Herbert Read, por suas próprias deficiências endócrinas – embora reforçadas e estimuladas pela cultura vigente, que procura nos tornar, desde crianças, através de métodos mais informativos que educativos, totalmente imunes ao desenvolvimento de um necessário nível de empatia capaz de fazer delas co-participantes do sofrimento alheio e, por que não dizer, da divina tarefa de auxiliar o desenvolvimento de sentimentos genuinamente Humanos à íntegra efetivação de toda nossa Humanidade e, conseqüentemente, o estabelecimento de melhores e mais justos parâmetros éticos a satisfatórios níveis de relacionamentos (geralmente voltados a excelência da competitividade mais que a excelência da fraternidade e da cooperação mútua entre as pessoas – apesar ainda das influências das atuais igrejas cristãs).
A despeito de minhas muitas reflexões sobre nossas condições de vida individual e planetária, confesso que meu interesse pela promoção de minha Saúde – aqui sempre escrita com S maiúsculo a referendar uma perseguida saúde perfeita – é relativamente recente. Não que, ao longo de minha vida, entre outras coisas, eu não tenha me preocupado em como promover a Saúde, quer a minha própria, de meus filhos, filha (portadora da Síndrome de Down) ou, idealisticamente, da comunidade planetária onde vivemos. Como artista – mesmo quando ainda jovem a gozar meu “pleno” vigor físico e a ter perspectiva de uma saudável “vida longa” – em meus relacionamentos com doentes e velhos não pude deixar de refletir sobre as dimensões consideráveis do que significa o valor da Vida, ter Saúde e sobre como fundamentos a sua promoção foram (e são) avaliados entre as muitas culturas que, ao longo dos milênios, se desenvolveram sobre o planeta Terra.
Segundo o Dicionário, entre as muitas definições de “Saúde” (do latim salute, “salvação”, “conservação da vida”), constam: 1. Estado do indivíduo cujas funções orgânicas, físicas e mentais se acham em situação normal; estado do que é sadio ou são; 2. Força, robustez, vigor; 3. Disposição do organismo; 4. Disposição moral ou mental; 5. Voto ou saudação que se faz bebendo à saúde de alguém; brinde.
Ainda segundo o Dicionário, a expressão “Saúde” também é uma interjeição e se emprega quando alguém espirra, se despede ou mesmo para estimular-se alguém a ir-se embora, tendo sido relativamente considerado de forma correta o estado saudável do organismo como aquele quando “não sentimos a presença de nenhum dos órgãos do corpo”, sendo a incômoda sensação de quaisquer deles (não necessariamente uma dor profunda), um sinal de que pode estar debilitado, doente ou, no mínimo, sofrendo a presença de um corpo estranho em seu universo, como um espinho no pé ou um cisco num olho – sendo o coração, repentinamente acelerado sem motivo aparente, ou em descompasso durante a maior parte do dia, órgão responsável pelo sinal de que, a nível psíquico-emocional, algo não vai bem conosco, podendo mesmo emoções fortes provocar a morte de certos doentes cardíacos, assim como problemas no aparelho digestivo, ao redor do qual, com o desenvolvimento do cordão umbilical, começa a ser formado todo nosso organismo dentro do útero materno.
Entre todos os métodos de promoção e manutenção da Saúde, a profilaxia é, certamente, o que melhor pode nos auxiliar o desenvolvimento de uma boa vida. Mas, a despeito da medicina ocidental referendá-la, é no Oriente que vamos encontrar os melhores métodos profiláticos já registrados entre culturas.
Para algumas correntes do pensamento oriental, por exemplo, métodos profiláticos devem se iniciar com uma reorganização alimentar e com a prática da Yoga, uma técnica de exercícios de posturas e respiração a tarefa da promoção da quietude mental a harmonizações psíquicas (ou espirituais) que deverão influenciar a reorganização das energias dos “chácaras”, ou das sete glândulas existentes no corpo, cuja função é promover nosso bem-estar físico e emocional.
Para outras correntes orientais, entretanto, será preciso que pratiquemos abstinência do consumo de carnes, para restabelecer nossa harmonia bioquímica natural ao gozo de uma existência sem grandes atribulações na Saúde.
É assim que também pensa o Terapeuta Holístico Tomaz Aldano, um estudioso dos processos de conquistas da Saúde, física e mental.
Há mais de trinta anos, suas pesquisas giram em torno da cultura oriental, suas artes, filosofias, ciência e culinária, tanto as desenvolvidas no mundo antigo como no moderno, procurando ele orientar-nos sobre seus conceitos e procedimentos para que a introduzamos em nossos hábitos alimentares, de pensamento e comportamentos, buscando o único resultado perseguido por todos os que, não sem esforço, seguindo suas orientações, terminarão por conseguir o usufruto dos benefícios de uma vida verdadeiramente saudável e longa.
Este livro é resultado de conversas que tive com o terapeuta holístico Tomaz Aldano sobre suas experiências com as técnicas de medicinas orientais e suas sugestões sobre como reconquistar a Saúde Perfeita que, depois de terem comido o que não deviam, nossos primeiros pais perderam o direito de usufruir, contribuindo a proliferação dos males que, durante milênios, tem feito sofrer desnecessariamente considerável parte da espécie em formação, da qual às vezes vergonhosamente fazemos parte e, apesar de demonstrações de tanta desumanidade, insistimos em considerar “Humana”.
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