TERRA, VIDA E HUMANIDADE A HORA DAS GRANDES MUDANÇAS PLANETÁRIAS
Muitas mensagens têm chegado pelos canais internos.
Um senso de urgência tomou conta de meu ser. Creio que
nem todos podem compreendê-lo e alguns poderão até
mesmo considerá-lo alarmista e exagerado. Muito pelo
contrário, está fundamentado na realidade de nosso
cotidiano.
Estamos chegando ao ponto de mutação do Planeta e,
portanto, da Humanidade. O destino da nossa civilização
será decidido em poucos anos à frente. Crises e oportunidades
estarão lado a lado. Em nossas atitudes, teremos de
conciliar conhecimentos e sabedoria
Portanto, chegou o momento de falarmos sem medo,
de reunirmos coragem para expor publicamente as nossas
preocupações e exigirmos mudanças profundas que possam
trazer um mínimo de estabilidade e segurança para
a Humanidade. E muita esperança.
Desta vez, as alterações globais não se devem a
acontecimentos naturais, seja um asteróide em rota de
colisão com a Terra ou uma atividade geológica intensa
e em âmbito planetário. Na verdade, nós somos os
próprios agentes de mudança, a causa dos problemas.
Transformamo-nos em algo semelhante a uma poderosa
força geológica que está alterando todo o equilíbrio planetário.
É por essa razão que alguns cientistas classificam o atual período
como “antropoceno”. Estamos em guerra, total e declarada,
contra a Vida.
Embora reconheçamos a magnitude da proposta,
precisamos, urgentemente, mudar o destino da Humanidade.
É impossível prosseguir conforme os atuais parâmetros, exceto
se estivermos dispostos a aceitar o quadro que está se
formando diante de nossos próprios olhos.
Todos os alertas necessários para que compreendamos o
que está para acontecer já foram transmitidos desde décadas
atrás. Foram tantos que já nem podemos apontar a todos. Mas a
grande maioria da Humanidade vive dentro de horizontes muito
estreitos e não consegue captá-los. Ou não quer captá-los...
Tudo se resume numa só questão: temos uma percepção
equivocada a respeito da Vida e a respeito de nós mesmos.
O mundo que existe no plano mental, através do qual nos
manifestamos na existência, está em desacordo com a
realidade física. Assim, julgamos que está tudo certo...
É o momento de surgir uma nova e revolucionária
visão de mundo que possibilite a continuidade da experiência
humana na Terra. É o momento para arriscarmos novas ideias,
de rompermos com tudo o que esteja ameaçando o nosso
futuro.
Precisamos de um sociedade orgânica, que supere os atuais
paradigmas, esgotados e nocivos à Vida, que reformule o atual
conceito de desenvolvimento. Precisamos de uma Civilização Solar,
que integre o Planeta inteiro em todas as suas dimensões, que o
transforme numa grande unidade, e abra as portas para as
possibilidades cósmicas.
São momentos de crises e oportunidades, de ameaças e
promessas. O processo passa pelo despertar individual, pela
transformação de cada ser humano. Mas deve tornar-se uma
grande “onda planetária” que supere todas as diferenças sócio-
culturais e as fronteiras políticas. Uma onda humana que não
se atemorize e nem se detenha diante dos obstáculos
que surgirem.
Os prazos estão cada vez mais curtos e as janelas de
oportunidades, as nossas chances de ação, estão ficando escassas.
Assim, nossas providências deverão assumir um caráter de urgência.
Tudo o que for irrelevante para garantir o futuro deverá ficar em
segundo plano. E há muitas coisas que, definitivamente, devem
ser deixadas para trás.
O futuro próximo, como etapa inevitável para a Humanidade,
deve ocupar o centro de nossas atenções. Devemos estudar o
mundo do futuro com o mesmo empenho com que já estudamos
o mundo do passado. Devemos, a bem da verdade, criar o nosso
futuro e não deixá-lo simplesmente acontecer.
A Humanidade precisa despertar para a realidade do mundo
que construiu ao longo de milênios. Há muitas coisas boas, muitas
conquistas culturais e científicas, grandes avanços em muitas áreas
do conhecimento. Mas também revela estar fundamentado num
modelo ultrapassado, carregado de falsidades e contradições,
que precisa ser substituído com urgência.
Se o modelo atual não for superado, não teremos
condições de prosseguir como civilização. Estamos em estado
de crise planetária permanente, pois os fatos não mais se sucedem
linearmente, mas se sobrepõem de forma caótica e imprevisível.
Ninguém mais consegue administrar tantos problemas
simultâneos.
Caberá ao Brasil e a todos os brasileiros um grande
papel a ser exercido futuramente. Talvez recebamos milhões
de refugiados de muitas nacionalidades. Fugindo das alterações
climáticas, das guerras e da privação de água e alimentos, viriam
em busca de uma vida melhor. Dependendo do que acontecer,
poderemos alcançar uma população igual à da Índia. É possível
que venhamos a falar muitas línguas em nosso País.
Todos os governantes sabem da realidade complexa do mundo
e o que deve ser feito para mudar o rumo das coisas. Mas eles
nada farão para alterar o quadro mundial. Nem poderiam, já que
estão profundamente comprometidos com as questões internas
de seus próprios países.
Os governos estão normalmente voltados aos desafios do
momento e pouco se preocupam com o futuro. Necessitamos
de governos que equilibrem presente e futuro. Que o futuro seja
a grande meta de todos. Muito do orgulho ligado ao nacionalismo
terá de ceder. Cooperação e colaboração total serão necessárias.
Muitos países terão de renunciar a uma parte considerável de
seus objetivos em prol daqueles mais necessitados.
Uma grande utopia? Sim, precisamos dela. Precisamos do
direito ao sonho e esperança.
Somente uma “onda planetária de despertar” poderá reconduzir
o mundo a um estado de equilíbrio. Serão os despertos, milhões
deles, que farão com que os governos da Terra também despertem.
Essa é única alternativa que temos no momento. Os governos
só agirão em razão de uma forte pressão popular, coerente e
objetiva.
O despertar é uma espécie de iniciação. Significa assumir
muitas responsabilidades. Ninguém passa por um processo de
transformação sem aceitar todas as implicações decorrentes.
“Terra, Vida e Humanidade” é uma causa planetária. Está
acima de todas as ideologias políticas atuais. Assim, coloquemos
o conceito de “Terra, Vida e Humanidade” no centro de nossas
atenções. Façamos dele nossa razão de ser, nossa missão na Terra.
Sem a Terra não pode existir Vida. Sem Vida não há futuro
para a Humanidade.
A Vida é sagrada e isto precisa tornar-se um lema para toda a
Humanidade. E tudo o que for contra a Vida deve ser varrido do
Planeta. E temos muito o que banir definitivamente da Terra.
Cada ser humano precisa estar consciente de que há
um propósito maior no fato de aqui estarmos, de termos sido
dotados de inteligência e consciência. Tudo o que se recebe da
Natureza tem algum propósito, ainda que oculto, mas que se
revelará quando for chegada a hora certa.
Precisamos ressignificar a existência, reencantá-la,
desenvolvermos todos os potenciais concedidos pelo Universo
aos seres humanos . O sistema que domina o mundo, frio e
calculista, descompromissado com a Vida, está impedindo isso.
Fomos todos, em maior ou menor grau, transformados em
meros consumidores, fonte permanente de lucros. Este é o nosso
valor atual. Se não gerarmos lucros, nada valeremos para o
sistema.
Com isso, a dimensão humana perde, gradativamente, o
seu espaço e razão de ser. Fomos robotizados e tivemos as nossas
consciências dominadas. Quem tem a consciência dominada fica
impedido de saber a respeito de si mesmo. De agir em sua
própria causa e defesa.
Cada um deve fazer as perguntas cruciais: é isso que eu desejo
para a minha própria vida, para minha família? O que poderei fazer
para mudar essa realidade que está destruindo as bases que
sustentam a Vida na Terra? Por onde devo começar?
Quem são, quantos são e onde estão os outros com as
mesmas aspirações? Até que ponto sou conivente com tudo o
que existe de equivocado no mundo? Posso dizer que tenho uma
existência verdadeira ou simplesmente sobrevivo? Tenho me
interessado em saber o que está acontecendo no mundo inteiro?
Quando, de forma honesta, lúcida e clara, tivermos
respondido a tais questões, terá chegado o momento das
mudanças, das exigências que nem sempre serão serenas e
tranquilas. O que precisa mudar está profundamente
enraizado no mundo inteiro e não sairá facilmente do
cenário.
No entanto, não precisamos de violência, mas de muito
diálogo. Estamos em um ponto em que temos de tomar o
máximo de cautela para que nenhuma aspiração, por mais
legítima que seja, transforme-se em motivo para convulsões
sociais no mundo inteiro. Todos sairíamos perdendo.
Despertemos para a Terra, para a Vida e para a Humanidade.
Despertemos para nós mesmos.
Paulo R.C.Medeiros
Reflexões – Em 07/09/2013 –
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