ORIENTE X OCIDENTE
JUNG
As pessoas estão cansadas da especialização cientifica e do intelectualismo racional. Elas querem ouvir a verdade que não limite, mas amplie; que não abscureça, mas ilumine; que não escorra como água, mas que penetre até os ossos.
O homem instintivamente reconhece que toda verdade é simples, é um erro imaginar que a verdade é algo infinitamente complicado e obscuro.
A ciência é um instrumento do espírito ocidental e com ela se abre mais portas do que com mãos vazias. O oriente nos ensina outra forma de compreensão, mais ampla, mais alta e profunda – a compreensão da vida como ela é.
“Se o homem errado usar o meio correto, o meio correto atuará de modo errado”. Este provérbio chinês infelizmente muito verdadeiro, se contrapõe drasticamente a nossa crença do método “correto”, independentemente do homem que emprega. No tocante a isso, tudo depende do homem e pouco ou nada do método. Essa visão surgiu da vida plena, autentica e verdadeira, da vida e cultura chinesa, que cresceu lógica e organicamente a partir dos instintos mais profundos.
A imitação do ocidental é trágica no seu mal entendido que ignora a psicologia do oriente.
A cultura ocidental sofre de mil males em sua triviabilidade, com seus problemas matrimonias, suas neuroses, suas ilusões políticos sociais, enfim, com sua total desorientação do mundo.
O HOMEM NÃO SE LIBERTARÁ DOS SEUS PROBLEMAS,
ENQUANTO A LEI DA TERRA NÃO TIVER SIDO OBEDECIDA.
“O ESPÍRITO SE DEGENEROU EM INTELECTO, DESVIANDO-SE DO CAMINHO”.
É lamentável, portanto, que o Ocidental se renegue a si mesmo para imitar o Oriental, efetuando aquilo que não é. Suas possibilidades seriam muito maiores se permanecesse fiel a si mesmo e se desenvolvesse a partir de sua essência tudo o que o Oriente deu a luz no decurso de milênios.
O puro intelecto não aprende a importância prática que as idéias orientais têm para nós, motivo pelo qual pretende classificá-las como curiosidades filosóficas e etnológicas.
O segredo da flor de ouro – C. G. Jung - R. Wilhelm
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